quinta-feira, 26 de abril de 2007

Garotas.

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Ah se não fosse aquele peso do corpo de uma amiga em cima de mim. Eu teria sido esfaqueada por mil facas geladas, cada uma em um ponto estratégico do meu corpo. Lembro-me estar sentada na frente daquelas maquinas pega-níquel, no chão, desejando com o olhar que aquela porta de banheiro fosse arrombada. E foi, eu entrei quase que engatinhando no chão, direto pra privada que talvez nem tivesse cor. Vermelho, ah o vermelho. Foi o vômito mais bonito e colorido da minha vida. A amiga que via a cena com tanta paciência, disse que o cheiro essa insuportável, mas eu olhei de canto de olho, ainda enjoada e repeti : - Lindo o meu vômito. Não é? Pobre são os bêbados, acham que o chão é mais que o chão, os animais parecem engraçados, e as pessoas parecem simplesmente não existir.

Lembro de pouco antes, ter ido ao banheiro sem espelhos, chorar o choro mais sincero da minha vida. Disse algo como : - Chorar é tornar material aquilo que é abstrato. Até que achei bonito, e mais bonito ainda foi o motivo de todas as lágrimas que misturavam com o gosto de vinho. Chorar por chorar. Só isso. É, eu tive vontade de abrir os braços, de molhar o banheiro todo, de sair correndo gritando o nome das outras amigas. Eu queria ficar assim para sempre. Se não tivesse o depois, eu até teria tal pensamento concretizado.

Frio em São Paulo, aqueles gorros encaixados na nossa cabeça, amigas que inspiravam vontades de pré-mulheres, que expiravam a fragilidade de ainda não serem crescidas. E aquela rodinha me aquecia, encontro de mulheres na rua tal, hora tal, levem suas mágoas e um prato de doce ou salgado. Todas viram o meu show particular, e elas me aplaudiram, e agitaram, porque sabiam que eu queria estar ali. Mas daqui algum minutos, estariam prontas para me recompor. E com elas, todo esse meu dramalhão mexicano, parece menos desesperador, e um tanto quanto engraçado.

A vida é um sopro, mas tem dias que parece uma tragada.

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