terça-feira, 15 de maio de 2007

Eu, Maria Fernanda, 17 anos.

Fica difícil explicar ou entender qualquer coisa nessa época fria do ano e fria na vida. Com dezessete anos eu não sei se sapateio em um chão de coração aflitos, ou se piso em ovos que fazem um tremendo barulho. Como dosar como se vestir, o que consumir, em que cantos se meter, por quantas pessoas se apaixonar. A até o que escrever.

Outro dia eu entrei em um longo banho quente, e eu podia ouvir as batidas do meu coração ressoar pelo barulho daquela água pelando. Foi diferente daquela vez. Eu sei que foi porque eu senti o meu sorriso sair sem ritmo, e eu sorria para os azulejos cor-de-rosa. Não por estar feliz, mas por estar extremamente aflita. Está chegando a festa junina, e depois a volta ás aulas, e o ultimo semestre, e o natal, e a suposta faculdade ou a temida repetência. É muita coisa para pensar, é muita gente para amar, para sentir ciúmes, para sentir saudade. São milhares de fragmentos na prateleira para escolher. Desde marcas de sabonete até precisão de escolher a carreira certa. E eu me irrito e sinto-me infeliz por não ser mais que uma. Gostaria de ser um milhão de garotas de dezessete ano, e cada uma seria tão igual a mim que acabaríamos perdendo a essência e cada uma voando para um lado.

Deus fez a adolescência para nos sentirmos entre o inferno e o paraíso antes da hora. No meio, o purgatório delirante na qual temos que passar com vida. Ele nos dá asas para sermos verdadeiros anjos de candura, e bastante fogo para alimentarmos o fogo um do outro. E o mesmo pode nos queimar. Eis, aqui, o mistério da adolescência. Senhor, tende piedade de todos nós, pecadores de 12 á 21 ano s. Amém.


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" Um argumento de peso. Detlef me disse : - Escute aqui, menina, eu também vou parar. Você vai ver. Aí ele se picou e eu dei uma cheirada. Estávamos extraordinariamente felizes e falávamos de nossa felicidade futura sem heroína".

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