Outro dia eu entrei em um longo banho quente, e eu podia ouvir as batidas do meu coração ressoar pelo barulho daquela água pelando. Foi diferente daquela vez. Eu sei que foi porque eu senti o meu sorriso sair sem ritmo, e eu sorria para os azulejos cor-de-rosa. Não por estar feliz, mas por estar extremamente aflita. Está chegando a festa junina, e depois a volta ás aulas, e o ultimo semestre, e o natal, e a suposta faculdade ou a temida repetência. É muita coisa para pensar, é muita gente para amar, para sentir ciúmes, para sentir saudade. São milhares de fragmentos na prateleira para escolher. Desde marcas de sabonete até precisão de escolher a carreira certa. E eu me irrito e sinto-me infeliz por não ser mais que uma. Gostaria de ser um milhão de garotas de dezessete ano, e cada uma seria tão igual a mim que acabaríamos perdendo a essência e cada uma voando para um lado.
Deus fez a adolescência para nos sentirmos entre o inferno e o paraíso antes da hora. No meio, o purgatório delirante na qual temos que passar com vida. Ele nos dá asas para sermos verdadeiros anjos de candura, e bastante fogo para alimentarmos o fogo um do outro. E o mesmo pode nos queimar. Eis, aqui, o mistério da adolescência. Senhor, tende piedade de todos nós, pecadores de 12 á 21 ano s. Amém.

" Um argumento de peso. Detlef me disse : - Escute aqui, menina, eu também vou parar. Você vai ver. Aí ele se picou e eu dei uma cheirada. Estávamos extraordinariamente felizes e falávamos de nossa felicidade futura sem heroína".
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