terça-feira, 17 de junho de 2008
Gaiola.
Ar de vítima, e vítima acuada, do tipo medrosa. Achou impossível manter os pés ainda dispostos a deslizar entre o térreo e o apartamento vinte e três. Acendeu o cigarro como se esfaqueasse alguém. Um golpe de filtro vermelho que ao invés de sangrar fazia fumaça, não tinha ponta de corte mais se sentia tão poderosa como se portasse realmente uma faca entre as mãos. Ao sair do prédio foi golpeada de uma só vez contra os graus abaixo de qualquer coisa. O vento lhe cortou três vezes o rosto, fez do frio chagas em seus ombros, e da beleza quente um rosto gélido, petrificado em sua fúria. Como se antes de morrer cada pessoa pudesse escolher a expressão na qual seria enterrada. Naquele dia, e somente nesse, ela escolheu morrer de liberdade.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Morrer de liberdade. Muito foda isso. Fiquei brisando com uma aula que eu assisti ontem e tem TUDO a ver.
Meu, num lembrava desse título. Te juro. Fiquei procurando mil anos por aqui, e nem encontrei o post.
Se vc quiser eu mudo.
Te amo meu amor.
Postar um comentário