terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Parecia morto, morto e antipático. Nem sequer me deu o prazer de parecer que morreu feliz. Enquanto eu gastava minhas cordas vocais invocando toda minha felicidade para que o morto risse de qualquer coisa. E nada, nada do morto rir. Deveria ser o tipo de pessoa que em vida tinha vergonha de tudo, que dramatizava os acontecimentos e não se adaptava em porra nenhuma. As pessoas iam bebendo e jogando conversa fora. A noite não poderia ser melhor pra mim. Eu estava tão viva que denunciava até no rosa das minhas bochechas. E o morto continuou mais morto que antes.
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Um comentário:
E se o morto estivesse apenas descansando o sono dos justos? Ou até mesmo de olhos fechados esperando a sua deixa para entrar no jogo, e beber do cálice de Baco?
Morto não significa sem vida. Pode simplesmente ser o descanso de que necessitava no pífio instante.
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