domingo, 9 de setembro de 2007

Sem tempo certo.

Rapidamente a alegria instantânea me levou a essa situação antes jamais vivida. Abotoei o camisão xadrez por de cima da vestes de verão, desajeitei o cabelo na frente de algo que me refletia - e já não lembro se fora um espelho ou simplesmente um muro de concreto.
Estou me sentindo linda, sem nenhuma maquinagem, de pés na grama espetada, com o cabelo naturalmente encaracolado, jogada na grama tentando fazer com que uma formiga se apaixone por mim.
Abri o carro prateado e até ele sorria por estar alí. A música na frentinha ecoava para a imenasa chácara colorida, vivida - chácara vivida. Olhei para o céu e senti que estavam retrebuindo o olhar, de forma sútil, que só pude perceber porque estava sozinha, íntima comigo mesma.
Não demora a entardecer. A paisagem é sempre a mesma, as coisas são estáticas e mesmo assim é belo. A pouco três meninos passaram por de trás da porteira interiorana e sorriram para mim. Retribui o olhar não com malícia, mas com o desejo que eles estivessem se sentindo vivos como eu estava.
Começo a pensar que o tempo é mistério da vida: ele envelhece a todos. Foi capaz até de envelhecer as paredes de chacára, que antes amareladas tornaram-se pretas. Conseguiu com que a menina de cabelos curtos e sorriso pequeno vivesse aventuras na vida, mesmo longe dalí. O tempo, esperto que é, só não envelhece á si mesmo. Imagino até que seja por isso que ele vive se manifestando nas coisas na vida. Ele agiu sobre nós dois, sei que sim. Seja lá quem for você, talvez o futuro me levou até você. Espero por qualquer momento á ser amada de pele limpa, em meio á essa chácara, que emprestou um pedaço do seu chão e me abraçou com o nada, disfarçando-se de tudo e trazendo a certeza de coisas felizes, sempre.

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