Quando a nossa vida se tornou um segredo a ser descoberto, eu percebi, vi, senti, que cada simples passo que eu dava, na verdade representava milhões de quilómetros percorridos. Quando uma semana passou, eu percebi que o relógio da vida corre rápido demais para que possamos alcança-lo.
E como diria a música “Volto o relógio para trás, tentando adiar o fim”, ela quer dizer: “Passo o relógio para frente, tentando achar um recomeço o mais rápido possível”.
Ontem eu parei de respirar, antes de ontem eu comecei a fumar. Ontem eu ouvi palavras que jamais eu pensaria que meus ouvidos poderiam conhecer. Depois que eu aprendi que fazer perder os sentidos torna tudo mais fácil, eu não parei. Um vício, segredos, pessoas, amigos diziam: Corre Maria, corre pro mundo, ele é todo seu.
Ligaram-me às 2 da manhã, me disseram às 10 da noite, quiseram as 9, eu não dormi nem por meio segundo. Minha cabeça pesou, meu ouvido tapou, minha boca secou, e tudo que eu fazia era suar. Eu aprendi a esquecer qualquer coisa que eu quiser, eu descobri um jeito de fazer tudo que eu sempre quis falar ecoar pelos cantos do mundo, eu aprendi a me bloquear de tudo.
Eu tava pensando como seria se eu cruzasse com você na rua, parece que já faz um mês, não porque já passou, mas porque eu não sei mais contar os dias. Eu diria “HELLOSTRANGER” e tentaria te conhecer de novo, desde o começo, como se a rua fosse uma escola, sua camiseta marrom fosse um uniforme azul, seus novos amigos fossem os de sempre, e que seus óculos fossem invisíveis. Conhece-lo desde o zero, desde das perguntas básicas: Qual seu nome completo? Aonde você estuda? Qual o nome da sua mãe? O que você mais gosta de comer?
Nós, seres humanos temos a capacidade ilusória de sentir falta de alguma coisa, que não sabemos o que é. Eu, Maria Fernanda, queria saber, mesmo que isso me fizesse sofrer.
Nunca foi tão distante, eu nunca escrevi um texto tão sem sentido, a minha vida nunca foi tão flutuante, os meus pés não cravam mais o chão, eles só voam por aí querendo pousar em um quintal com flores. Eu tenho 17 anos e eu nunca pensei que a minha vida poderia ser assim, aliás, eu nunca planejei a minha vida, ela sempre teve um futuro certo. Hoje ela tem um fim, pouco belo, bem incerto. Eu quero dizer tudo que eu sinto (como sempre), mas a vida me ensinou a dizer menos, fazer menos, e só esperar coisas de volta. Eu mudei, eu me tornei algo diferente, eu nem sei se é isso mesmo. Quem sou eu? Por que desse texto? Por que desse blog, por que eu gosto desse filme, por que eu quero viver a minha vida toda em um dia só? Aonde eu me meti, aonde eu me enfiei, que eu quero? Por que a vida tem vários lados e não só um? Por que um dia eu digitei uma música no computador, imprimi e coloquei no seu quadro de avisos?
Posso responder?
Porque tudo um dia foi verdade e, porque um dia, eu já tive certeza de tudo.
domingo, 11 de março de 2007
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