Jazem também os cabelos amarelos e alguns fios de vermelho. E estirado sobre o chão, jaz o corpo do velho castigado.
É triste ser deixado.
Jaz, aqui, o homem que nasceu com o maior nariz do mundo. Jazem também a enorme boca maquiada, e o seu semblante carregado.
É triste esconder.
Jaz, em suas mangas, os truques já manjados. O truque no olho e o olho borrado.
É triste ser passado.
Jaz o homem que não veio de mãe, e não deu no pé. De lugar nenhum e no canto qualquer.
É triste não saber.
Jaz, aqui, a história do extraordinário velho engraçado,
ou
do homem que na vida teve que maquiar a boca pra sorrir.
Quebra-se a rima:
É triste ser palhaço.
2 comentários:
O palhaço do circo sem futuro.
É isso o que somos todos nós.
Mas depois pedimos para brincar de ser feliz e para brincarmos cada um com o seu próprio nariz.
Hahaha, ainda tenho medo de palhaços!
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